Globo diminui capítulos de “O Rei do Gado” para prolongar sucesso da trama
Antonio Fagundes é Bruno Mezenga, O Rei do Gado
Maior audiência do “Vale a Pena Ver de Novo” desde “O Clone” (2011), “O Rei do Gado” segue surpreendendo até mesmo aos mais otimistas da Globo.
No ar desde 12 de janeiro, o folhetim de Benedito Ruy Barbosa dispõe de 17 pontos de média-parcial, um verdadeiro fenômeno, haja vista o desempenho das antecessoras – “Cobras & Lagartos” (12), “Caras & Bocas” (14), “O Cravo e a Rosa” (14), “O Profeta” (12) e “Da Cor do Pecado” (13) – e o que se registra hoje em dia nas faixas das 18h e 19h – “Sete Vidas” (19), “Boogie Oogie” (17), “Meu Pedacinho de Chão” (18), “Joia Rara” (18), “Lado a Lado” (18) e “Geração Brasil” (19).
De olho nessa mina de ouro, a emissora tem diminuído a duração diária da reprise, cada vez mais curta nas últimas semanas. Para se ter uma ideia, a trama protagonizada por Antonio Fagundes chegou a contar com 1h37 de arte (quando se excluem os comerciais). Em outros capítulos “menores”, ficou no ar entre 1h05 e 1h36.
Porém, desde 7 de abril, a Globo vem controlando quanto tempo os Mezengas e Berdinazzis entram em cena. De lá para cá, e lá se vão 34 episódios, “O Rei do Gado” oscilou entre 34 e 59 minutos. No vídeo, é cada vez mais perceptível o recurso. Se antes o enredo rural começava as 16h25 e prosseguia até as 17h55, hoje, a narrativa tem sido exibida por volta das 16h50.
Para assegurar essa estratégia de esticamento, a rede dos Marinho tem atrasado o “Vídeo Show” e a “Sessão da Tarde” e adiantado a entrada de “Malhação”, que no auge do processo chegou a ser transformada em “novela das seis”.
O expediente tem uma razão de ser. Devido ao desempenho, o canal carioca espera prolongar a permanência da obra em sua programação. Se fosse levada com o planejamento inicial, com capítulos do tamanho de um filme, a história não teria material suficiente para passar da primeira quinzena de julho. Agora, a Globo pretende transmitir o folhetim até o início de agosto, quando a faixa terá a atual e uma nova reprise simultaneamente no ar por duas semanas.
E a precaução é compreensível. Substituir um sucesso é mais complicado do que um fracasso. Além de revitalizar os índices do “Vale a Pena Ver de Novo”, “O Rei do Gado” alavancou “Malhação”, que passou a manter-se entre 16 e 19 pontos nos últimos dias.
O RETORNO DE NAZARÉ?
Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), a raposa felpuda, pode ser ressuscitada em 2015
A Globo ainda não bateu o martelo quanto à sua próxima reapresentação. Segue as novelas que disputam a vaga: “A Gata Comeu” (1985), “Vale Tudo” (1988), “A Viagem” (1994), “Por Amor” (1997), “Senhora do Destino” (2004), "Alma Gêmea" (2005) e “Ti Ti Ti” (remake de 2010).
A bolsa de apostas aponta para o retorno da maior audiência das 21h na última década, “Senhora do Destino”. Escrito por Aguinaldo Silva, o entrecho, porém, teria que ser picotado mais uma vez em razão da Classificação Indicativa. Reexibida em 2009, a produção passou de 220 capítulos no original para 123 na reprise.
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