Apesar do fracasso de audiência, "Supermax" foi uma boa aposta da Globo
Marcada por séries de drama e comédia, as noites de terça-feira da Globo receberam uma nova aposta: no terror e no suspense, que durante quase três meses tomaram conta da faixa da segunda linha de shows da emissora. "Supermax", série que acabou sendo um fracasso de audiência, a Globo acabou fazendo uma boa aposta, mostrando a sua vontade de fugir da mesmice. "Supermax" estreou, oficialmente na televisão, no dia 20 de setembro. Entretanto, quatro dias antes, liberou em sua plataforma de vídeos, a Globo Play, 11 dos 12 episódios da série. Sendo exibida logo depois de "Nada Será Como Antes", "Supermax" começou sua exibição mostrando uma dúvida: era um reality ou não? Durante todo o primeiro episódio, foram apresentados os participantes que iriam ficar presos em uma prisão de segurança máxima e todos tinham um fato em comum: ambos já tinham cometido um crime no passado.
Ao longo dos episódios, situações macabras foram acontecendo e no décimo episódio da série, exibido no dia 29 de novembro, foi ao ar o melhor episódio da série, quando foi revelado o que havia acontecido antes do reality e as motivações para o mesmo. O surgimento de uma criatura misteriosa, Baal, acabou sendo o momento mais aterrorizante da série. E isso ficou ainda mais evidente no gancho do décimo primeiro episódio, quando Baal invadiu a cela das prisões de Supermax e deixou um gosto de quero mais para o último episódio, que foi ao ar nesta terça (13/12).
Depois que a cela abriu, as mulheres do grupo ameaçaram se matar, o que acabaria com os planos de procriação do líder demoníaco. Isso deu tempo para os confinados tentarem um plano de fuga, que acabou mal sucedido. Um a um, os participantes do suposto reality foram sendo vítimas dos guerreiros de Baal: Dante (Ravel Andrade), Janette (Maria Clara Spinelli), Timóteo (Mario César Camargo), Diana (Fabiana Gugli) e Artur (Rui Ricardo Diaz) ficaram pelo caminho. Enquanto isso, Sergio (Erom Cordeiro) se uniu a Bruna (Mariana Ximenes) para armar uma armadilha contra Baal. No momento em que tudo parecia perdido — Sabrina (Cleo Pires), inclusive, já estava nas mãos do demônio —, um transtornado Nando chega atirando com uma mira certeira no peito do líder do mal.
O mais surpreendente do desfecho ficou para chegada dos representantes do governo, que afirmaram já saber de toda a situação e escolheram o sacrifício de poucos para salvar a vida de muitos. O bloco final, por sua vez, mostrou o nascimento de um novo Baal: Nando chegou à caverna radioativa e parece ter incorporado novamente o espírito maligno. No final, Sérgio (Erom Cordeiro) conseguiu se salvar de morrer, pois se fingiu de morto diante dos corpos, o que revela um bom gancho para a realização de uma segunda temporada da série.
"Supermax" foi a primeira produção de terror e de suspense exibida e produzida pela Globo, e foi uma proposta ousada, mas que acabou se mostrando bem acertada, tendo em vista que estes dois gêneros não são vistos em produções nacionais, o que mostra um certo aspecto inovador na escolha de se produzir uma série com esse conteúdo.
No entanto, a Globo acabou se equivocando nas estratégias para a série. Por se tratar em uma produção de "nicho" --- ou seja, que é direcionada a um público específico ---, a emissora não deveria ter liberado os 11 episódios, pois acabou saciando a vontade do público que gosta de terror e que não iria querer ver novamente algo que já viram. A emissora deveria ter feito com a série algo semelhante que fez com "Justiça", quando liberou 4 episódios da série antes da estreia na televisão e foi liberando às 18h, os episódios restantes que faltavam ser exibidos. Em função desta liberação praticamente total da série --- só o último episódio foi exibido de maneira inédita na televisão ---, a série viu a sua audiência cair semana após semana: estreou com 14.9 pontos de média no dia 20 de setembro; marcou 12.9 pontos no segundo episódio, exibido no dia 27/09; 13.0 de média no dia 4 de outubro; 11.0 de média no dia 18/10; 10.6 no dia 25/10; 10.3 de média no dia 1° de novembro; 9.7 de média no dia 8 de novembro; 12.8 de média no dia 15 de novembro; 9.5 de média no dia 22 de novembro; 9.0 de média no dia 29 de novembro; e 9.3 (*) de média no penúltimo episódio, exibido na semana passada (6 de dezembro). A série chegou a ficar em segundo lugar isolado na audiência, atingindo até a terceira e a quarta colocação no ranking geral de audiências, em função da grande concorrência na sua faixa de exibição.
A escolha em colocar um formato tão diferente em um dia não característico desse tipo de conteúdo também foi uma decisão equivocada. Seria muito melhor se a série fosse exibida nas noites de sexta-feira (como a série Dupla Identidade, em 2014), pois é um dia até sem a grande concorrência que se tem em uma terça-feira. O elenco de "Supermax", que só tinha Erom Cordeiro, Cléo Pires e Mariana Ximenes como conhecidos de grande parte do público foi uma boa aposta e as atuações foram melhorando ao longo do tempo. E a abertura da série foi muito bem feita, assim como os efeitos especiais da mesma.
"Supermax" está na lista de surpresas do ano de 2016. Apesar da baixa audiência, a série conseguiu ter uma grande repercussão desde o lançamento do seu primeiro teaser, em dezembro de 2015 e merece ser aplaudida, pois abre um novo leque de produções da televisão aberta, que viu algo totalmente diferente do que já tinha sido feito no Brasil, cumprindo com grande eficácia o que a série prometia. A segunda temporada, caso seja confirmada, seria muito mais que bem vinda e seria a confirmação de que a aposta nesses gêneros (terror e suspense) em produções nacionais foi bem acertada. Caso não tenha uma segunda temporada, será lembrada, pois marcou a televisão brasileira. Enfim, vamos aguardar.
(*) Dados consolidados do Kantar Ibope Media. Praça: Grande São Paulo. Cada ponto na capital paulista equivale a 69 mil domicílios.
Ao longo dos episódios, situações macabras foram acontecendo e no décimo episódio da série, exibido no dia 29 de novembro, foi ao ar o melhor episódio da série, quando foi revelado o que havia acontecido antes do reality e as motivações para o mesmo. O surgimento de uma criatura misteriosa, Baal, acabou sendo o momento mais aterrorizante da série. E isso ficou ainda mais evidente no gancho do décimo primeiro episódio, quando Baal invadiu a cela das prisões de Supermax e deixou um gosto de quero mais para o último episódio, que foi ao ar nesta terça (13/12).
Depois que a cela abriu, as mulheres do grupo ameaçaram se matar, o que acabaria com os planos de procriação do líder demoníaco. Isso deu tempo para os confinados tentarem um plano de fuga, que acabou mal sucedido. Um a um, os participantes do suposto reality foram sendo vítimas dos guerreiros de Baal: Dante (Ravel Andrade), Janette (Maria Clara Spinelli), Timóteo (Mario César Camargo), Diana (Fabiana Gugli) e Artur (Rui Ricardo Diaz) ficaram pelo caminho. Enquanto isso, Sergio (Erom Cordeiro) se uniu a Bruna (Mariana Ximenes) para armar uma armadilha contra Baal. No momento em que tudo parecia perdido — Sabrina (Cleo Pires), inclusive, já estava nas mãos do demônio —, um transtornado Nando chega atirando com uma mira certeira no peito do líder do mal.
O mais surpreendente do desfecho ficou para chegada dos representantes do governo, que afirmaram já saber de toda a situação e escolheram o sacrifício de poucos para salvar a vida de muitos. O bloco final, por sua vez, mostrou o nascimento de um novo Baal: Nando chegou à caverna radioativa e parece ter incorporado novamente o espírito maligno. No final, Sérgio (Erom Cordeiro) conseguiu se salvar de morrer, pois se fingiu de morto diante dos corpos, o que revela um bom gancho para a realização de uma segunda temporada da série.
"Supermax" foi a primeira produção de terror e de suspense exibida e produzida pela Globo, e foi uma proposta ousada, mas que acabou se mostrando bem acertada, tendo em vista que estes dois gêneros não são vistos em produções nacionais, o que mostra um certo aspecto inovador na escolha de se produzir uma série com esse conteúdo.
No entanto, a Globo acabou se equivocando nas estratégias para a série. Por se tratar em uma produção de "nicho" --- ou seja, que é direcionada a um público específico ---, a emissora não deveria ter liberado os 11 episódios, pois acabou saciando a vontade do público que gosta de terror e que não iria querer ver novamente algo que já viram. A emissora deveria ter feito com a série algo semelhante que fez com "Justiça", quando liberou 4 episódios da série antes da estreia na televisão e foi liberando às 18h, os episódios restantes que faltavam ser exibidos. Em função desta liberação praticamente total da série --- só o último episódio foi exibido de maneira inédita na televisão ---, a série viu a sua audiência cair semana após semana: estreou com 14.9 pontos de média no dia 20 de setembro; marcou 12.9 pontos no segundo episódio, exibido no dia 27/09; 13.0 de média no dia 4 de outubro; 11.0 de média no dia 18/10; 10.6 no dia 25/10; 10.3 de média no dia 1° de novembro; 9.7 de média no dia 8 de novembro; 12.8 de média no dia 15 de novembro; 9.5 de média no dia 22 de novembro; 9.0 de média no dia 29 de novembro; e 9.3 (*) de média no penúltimo episódio, exibido na semana passada (6 de dezembro). A série chegou a ficar em segundo lugar isolado na audiência, atingindo até a terceira e a quarta colocação no ranking geral de audiências, em função da grande concorrência na sua faixa de exibição.
A escolha em colocar um formato tão diferente em um dia não característico desse tipo de conteúdo também foi uma decisão equivocada. Seria muito melhor se a série fosse exibida nas noites de sexta-feira (como a série Dupla Identidade, em 2014), pois é um dia até sem a grande concorrência que se tem em uma terça-feira. O elenco de "Supermax", que só tinha Erom Cordeiro, Cléo Pires e Mariana Ximenes como conhecidos de grande parte do público foi uma boa aposta e as atuações foram melhorando ao longo do tempo. E a abertura da série foi muito bem feita, assim como os efeitos especiais da mesma.
"Supermax" está na lista de surpresas do ano de 2016. Apesar da baixa audiência, a série conseguiu ter uma grande repercussão desde o lançamento do seu primeiro teaser, em dezembro de 2015 e merece ser aplaudida, pois abre um novo leque de produções da televisão aberta, que viu algo totalmente diferente do que já tinha sido feito no Brasil, cumprindo com grande eficácia o que a série prometia. A segunda temporada, caso seja confirmada, seria muito mais que bem vinda e seria a confirmação de que a aposta nesses gêneros (terror e suspense) em produções nacionais foi bem acertada. Caso não tenha uma segunda temporada, será lembrada, pois marcou a televisão brasileira. Enfim, vamos aguardar.
(*) Dados consolidados do Kantar Ibope Media. Praça: Grande São Paulo. Cada ponto na capital paulista equivale a 69 mil domicílios.
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