Com elementos do folhetim clássico, "Escrava Mãe" surpreende pela qualidade e abre 2° horário de novelas da Record com chave de ouro
Atualmente com duas novelas inéditas no ar, a Rede Record vem apresentando uma deliciosa história com "Escrava Mãe". No entanto, antes da estreia, a produção sofreu inúmeros adiamentos. Entre março e novembro de 2015, a Record viveu uma de suas melhores fases na área da teledramaturgia. O grande sucesso de "Os Dez Mandamentos" fez a emissora atingir índices por todo o Brasil inimagináveis, devido ao fracasso das produções anteriores (na faixa das 22h). Com este grande sucesso ---- às 20h30 --- a emissora optou por abrir um novo horário de novelas e deixar a faixa das 20h30 somente com novelas bíblicas.
"Escrava Mãe" sofreu vários adiamentos, sendo os mais marcantes o de novembro de 2015 ---- quando foi anunciada como uma estreia apenas deste ano e em um novo horário de novelas ---- e os adiamentos em virtude do grande fenômeno das sete da Globo, "Totalmente Demais". Depois de todos esses adiamentos, finalmente a novela estreou em 31 de maio deste ano, e completará seis meses no ar.
O ENREDO
A novela escrita por Gustavo Reiz é uma trama que acontece antes de 'A Escrava Isaura' ---- novela exibida pela Globo e pela Record ---- , narrando a trajetória de vida de Juliana (Gabriela Moreyra), a escrava que é mãe da personagem título do romance de Bernardo Guimarães. Mesmo que o horário não permita um enredo carregado em profundidade que traga à tona a história dos negros comercializados no Brasil naquela época, é importante uma novela que ressalte isso, pois infelizmente mesmo estando em 2016 vemos diariamente diversas demonstrações de preconceito racial inclusive contra pessoas públicas.
A história tem início em 1789, no ritual de casamento entre Luena (Nayara Justino) e Kamal (Marcelo Batista), casal africano que pouco depois do matrimônio, é capturado e vendido como mercadoria para senhores de escravos em terras brasileiras. Kamal é o personagem que age no primeiro capítulo como âncora para os enredos que se seguem. Ele é o herói tradicional, que luta com honra e justiça tanto pela felicidade da amada quanto pela sobrevivência dos seus. Toda as sequências envolvendo o personagem foram muito bem filmadas, produzidas e sonorizadas. É notável, entretanto a falta de experiência de alguns atores, deixando na tela uma interpretação um tanto teatral. Os diálogos dessas primeiras cenas vieram embalados de desnecessárias explicações como por exemplo para onde os escravos iriam, ou como estavam vivendo, sendo que já estávamos vendo isso na tela.
Numa história narrada sobre seu nascimento, Tia Joaquina (Zezé Mota) conta à Juliana que ela é realmente uma escrava, jogando um balde de água fria na menina que acreditava que por ter a pele mais clara, poderia ser filha do Coronel Custódio (Antonio Petrin), seu senhor, quando na verdade ela é fruto de uma violência cometida por Osório (Jayme Periard).
Juliana parece ser uma personagem escrita às sombras das mocinhas das novelas mexicanas. Mesmo sendo uma escrava, vivendo uma vida de privações, mantém sonhos inclusive os românticos, e se encanta à primeira vista por Miguel (Pedro Carvalho), rapaz português, bem educado, que aparece na cidade a princípio a procura de um trabalho.
Dos outros personagens que compõem Escrava Mãe, o destaque fica por conta do embate entre as filhas do Coronel Custódio, Maria Tereza (Roberta Gualda) – que tem bom coração e sonhos românticos, sempre imersa em seus livros, possui uma deficiência na perna e é muito amiga de Juliana, tratando-a sempre de igual para igual – E Maria Isabel (Thaís Fersoza), a irmã má e egoísta, que ganha o título de vilã juntamente com Fernando Almeida (Fernando Pavão), um homem de caráter duvidoso, e financeiramente falido que recebe a proposta de se casar com Maria Tereza em troca de um grande dote.
ANÁLISE DA TRAMA
Até agora, "Escrava Mãe" vem se mostrando uma excelente novela e sem dúvidas, um dos destaques - positivos - do ano de 2016. Zezé Motta, Jussara Freire e todo o elenco vem se destacando nesta trama. E um dos muitos pontos positivos da novela é que sempre está acontecendo algo na trama, sem a famosa 'barriga', algo, inclusive, bem difícil de se evitar. "Escrava Mãe" é uma novela bem escrita e o fato de ir ao ar totalmente gravada poderia soar como algo negativo, mas, como a novela vem sendo muito bem desenvolvida é um aspecto que praticamente não traz prejuízos à trama. Além disso, a química de Gabriela Moreyra e de Pedro Carvalho é bastante evidente e Thais Ferzoza está muito bem na pele da vilã Maria Isabel.
A audiência de "Escrava Mãe" na Grande São Paulo vem se mostrando boa, se mantendo sempre acima dos dois dígitos: atualmente, está com 11 pontos de média geral, garantindo a vice liderança isolada e fazendo uma boa entrega para "A Terra Prometida". Vale destacar, inclusive, esta ótima dobradinha de novelas, tendo em vista que as duas tramas vem se mostrando bem agradáveis de se assistir e fazem por merecer todo o sucesso.
"Escrava Mãe" é um dos acertos da parceria Record/Casablanca e pode ser considerada um dos acertos da emissora em 2016. Com elementos do folhetim clássico (mocinhos e vilões bem definidos, muito romance, muitas maldades...), a trama de Gustavo Reiz surpreendeu e vem se mostrando um produto de qualidade. Com isso, podemos dizer que o segundo horário de novelas da Record foi (re) aberto com chave de ouro. Resta torcer para que a emissora mantenha produções tão boas como essa nos próximos anos.
"Escrava Mãe" sofreu vários adiamentos, sendo os mais marcantes o de novembro de 2015 ---- quando foi anunciada como uma estreia apenas deste ano e em um novo horário de novelas ---- e os adiamentos em virtude do grande fenômeno das sete da Globo, "Totalmente Demais". Depois de todos esses adiamentos, finalmente a novela estreou em 31 de maio deste ano, e completará seis meses no ar.
O ENREDO
A novela escrita por Gustavo Reiz é uma trama que acontece antes de 'A Escrava Isaura' ---- novela exibida pela Globo e pela Record ---- , narrando a trajetória de vida de Juliana (Gabriela Moreyra), a escrava que é mãe da personagem título do romance de Bernardo Guimarães. Mesmo que o horário não permita um enredo carregado em profundidade que traga à tona a história dos negros comercializados no Brasil naquela época, é importante uma novela que ressalte isso, pois infelizmente mesmo estando em 2016 vemos diariamente diversas demonstrações de preconceito racial inclusive contra pessoas públicas.
A história tem início em 1789, no ritual de casamento entre Luena (Nayara Justino) e Kamal (Marcelo Batista), casal africano que pouco depois do matrimônio, é capturado e vendido como mercadoria para senhores de escravos em terras brasileiras. Kamal é o personagem que age no primeiro capítulo como âncora para os enredos que se seguem. Ele é o herói tradicional, que luta com honra e justiça tanto pela felicidade da amada quanto pela sobrevivência dos seus. Toda as sequências envolvendo o personagem foram muito bem filmadas, produzidas e sonorizadas. É notável, entretanto a falta de experiência de alguns atores, deixando na tela uma interpretação um tanto teatral. Os diálogos dessas primeiras cenas vieram embalados de desnecessárias explicações como por exemplo para onde os escravos iriam, ou como estavam vivendo, sendo que já estávamos vendo isso na tela.
Numa história narrada sobre seu nascimento, Tia Joaquina (Zezé Mota) conta à Juliana que ela é realmente uma escrava, jogando um balde de água fria na menina que acreditava que por ter a pele mais clara, poderia ser filha do Coronel Custódio (Antonio Petrin), seu senhor, quando na verdade ela é fruto de uma violência cometida por Osório (Jayme Periard).
Juliana parece ser uma personagem escrita às sombras das mocinhas das novelas mexicanas. Mesmo sendo uma escrava, vivendo uma vida de privações, mantém sonhos inclusive os românticos, e se encanta à primeira vista por Miguel (Pedro Carvalho), rapaz português, bem educado, que aparece na cidade a princípio a procura de um trabalho.
Dos outros personagens que compõem Escrava Mãe, o destaque fica por conta do embate entre as filhas do Coronel Custódio, Maria Tereza (Roberta Gualda) – que tem bom coração e sonhos românticos, sempre imersa em seus livros, possui uma deficiência na perna e é muito amiga de Juliana, tratando-a sempre de igual para igual – E Maria Isabel (Thaís Fersoza), a irmã má e egoísta, que ganha o título de vilã juntamente com Fernando Almeida (Fernando Pavão), um homem de caráter duvidoso, e financeiramente falido que recebe a proposta de se casar com Maria Tereza em troca de um grande dote.
Até agora, "Escrava Mãe" vem se mostrando uma excelente novela e sem dúvidas, um dos destaques - positivos - do ano de 2016. Zezé Motta, Jussara Freire e todo o elenco vem se destacando nesta trama. E um dos muitos pontos positivos da novela é que sempre está acontecendo algo na trama, sem a famosa 'barriga', algo, inclusive, bem difícil de se evitar. "Escrava Mãe" é uma novela bem escrita e o fato de ir ao ar totalmente gravada poderia soar como algo negativo, mas, como a novela vem sendo muito bem desenvolvida é um aspecto que praticamente não traz prejuízos à trama. Além disso, a química de Gabriela Moreyra e de Pedro Carvalho é bastante evidente e Thais Ferzoza está muito bem na pele da vilã Maria Isabel.
A audiência de "Escrava Mãe" na Grande São Paulo vem se mostrando boa, se mantendo sempre acima dos dois dígitos: atualmente, está com 11 pontos de média geral, garantindo a vice liderança isolada e fazendo uma boa entrega para "A Terra Prometida". Vale destacar, inclusive, esta ótima dobradinha de novelas, tendo em vista que as duas tramas vem se mostrando bem agradáveis de se assistir e fazem por merecer todo o sucesso.
"Escrava Mãe" é um dos acertos da parceria Record/Casablanca e pode ser considerada um dos acertos da emissora em 2016. Com elementos do folhetim clássico (mocinhos e vilões bem definidos, muito romance, muitas maldades...), a trama de Gustavo Reiz surpreendeu e vem se mostrando um produto de qualidade. Com isso, podemos dizer que o segundo horário de novelas da Record foi (re) aberto com chave de ouro. Resta torcer para que a emissora mantenha produções tão boas como essa nos próximos anos.
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