Raiva: Qual o lado negativo? Por que tanta raiva? Como controlá-la?

A Raiva é um dos sentimentos do ser humano. E ela está cada frequente! E nesta postagem especial, vamos aprender mais sobre a raiva, o seu lado negativo e muito mais.

Raiva: O Lado Negativo da Raiva.

Um homem pede um sanduíche no drive-thru de uma lanchonete. Furioso com a demora, ele entra no estabelecimento ameaçando um funcionário, empurra-o contra o balcão e o agride. Daí, ainda cheio de raiva, agarra seu sanduíche e vai embora.

Todo Mundo sente raiva uma vez ou outra. Afinal, ela é um sentimento que faz parte da natureza humana, assim como o amor, a esperança, a ansiedade, a tristeza e o medo. Quando controlada, a raiva pode ser expressa de maneira apropriada e tem seu lado positivo. Por exemplo, pode ser vantajosa quando aumenta a determinação de alguém para superar certos obstáculos ou problemas.

Como o caso acima mostrou, a raiva também tem seu lado negativo. Algumas pessoas ficam iradas com mais facilidade, frequência e intensidade que outras. Quando provocadas, chegam a extravasar sua raiva na forma de agressões verbais ou físicas. Pessoas assim são controladas pela raiva, quando deveria ocorrer o contrário. Essa raiva descontrolada é perigosa e pode ter um péssimo e efeito sobre raciocínio da pessoa, bem como sobre seus sentimentos, comportamento e relacionamentos.

Pessoas que não conseguem controlar a raiva prejudicam não apenas a si mesmas, mas também todos ao seu redor. Para alguém nessa situação, até mesmo coisas pequenas podem provocar um acesso violento, o que pode resultar em consequências trágicas. Veja os exemplos a seguir:

Um homem que caminhava por uma rua movimentada com um grupo de amigos foi baleado no pescoço. O Motivo? A Bolsa de academia de um de seus amigos tinha esbarrado de leve no homem armado.

Um Jovem de 19 anos espancou até a morte o bebê de 11 meses de sua noiva. Ele estava jogando um videogame violento e ficou furioso quando perdeu o jogo porquê o bebê encostou no controle do videogame.

Casos similares no mundo todo indicam cada vezes mais pessoas estão sendo dominadas pela raiva. Porquê isso está acontecendo?

A Raiva faz parte da natureza humana. Assim, há ocasiões em que expressá-la de modo controlado pode ser apropriado. No entanto, estes artigos abordam a raiva prejudicial, que pode causar danos emocionais, físicos e espirituais a nós mesmos e a outras pessoas.

Por que tanta raiva?

As causas da raiva são complexas. Até mesmo os cientistas que pouco se sabe sobre ela. Mas algo que os profissionais da saúde mental não discutem é que todos nós reagimos a determinados "desencadeadores da raiva".

Um desencadeador da raiva é qualquer coisa que irrita uma pessoa, muitas vezes algum tipo de injustiça. Sentimentos de raiva podem ser provocados quando nos sentimentos ofendidos, como no caso de um insulto, ou quando achamos que nossa autoridade ou reputação está sendo ameaçada.

É claro que os desencadeadores da raiva variam de pessoa para pessoa. Eles diferem de acordo com a idade, o sexo e até mesmo com a cultura. O Que também varia é a reação das pessoas aos desencadeadores. Algumas raramente sentem raiva e logo esquecem uma ofensa, ao passo que outras se ofendem com facilidade e podem guardar raiva por dias, semanas, meses ou até mais tempo.

Estamos cercados de coisas que podem provocar raiva. Além disso, parece que as pessoas estão ficando cada vez mais sensíveis aos desencadeadores. Por quê? Um motivo é o espírito egoísta tão comum no mundo hoje. A Bíblia explica: "Nos últimos dias... os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos... teimosas, enfunados de orgulho." (2 Timóteo 3:1-5) Não concorda que essas palavras descrevem bem a atitude de muitas pessoas hoje?

Quando pessoas egocêntricas não conseguem que as coisas sejam feitas do jeito delas, o resultado costuma ser a raiva. Existem muitos outros motivos de a raiva estar aumentado. Vejam alguns deles.

Exemplo dos Pais: Os pais exercem forte influência no desenvolvimento da personalidade de seus filhos durante toda a infância e adolescência. O Psicólogo Harry L. Mills explica: "Desde bem cedo na vida, as pessoas aprendem a expressar raiva por imitar o comportamento agressivo que veem ao seu redor."

Quando você não consegue controlar sua raiva, como isso pode influenciar seus filhos?

Uma criança que cresce num ambiente hostil - onde é comum brigar por razões triviais - está na realidade sendo treinada para reagir com raiva aos problemas da vida. Essa criança pode ser comparada a uma planta regada com água contaminada. A Planta pode até crescer, mais seu desenvolvimento será prejudicado, e ela talvez sofra danos permanentes. A Raiva é como água contaminada, e uma criança exposta a ela estará mais inclinada a ter problemas em controlar a raiva quando se tornar adulta.

Cidades superlotadas: Em 1800, cerca de 3% da população mundial vivia em áreas urbanas. Em 2008, esse número subiu para 50%, e acredita-se que chegará a 70% até o ano de 2050. Com o número cada vez maior de pessoas em cidades superlotadas, é provável que aumente também os níveis de raiva e frustração. Para citar um exemplo, a Cidade do México é uma das maiores e mais congestionadas cidades do planeta. O Trânsito é uma das principais causas de ansiedade. Com seus 18 milhões de habitantes e 6 milhões de carros, ela "bem que poderia ser eleita a capital mais estressada do mundo", escreveu um jornalista. "O Trânsito é caótico, deixando as pessoas com os nervos à flor da pele". 

Em cidades superlotadas também existem outras fontes de estresse, como poluição do ar, barulho excessivo, falta de moradia, choques culturais e altos índices de criminalidade. Com o aumento do estresse, as pessoas tendem a ficar agitadas, com raiva e sem paciência.

Problemas Econômicos: O Revés econômico mundial tem desencadeado estresse e ansiedade generalizados. Um relatório de 2010 do Fundo Monetário Internacional em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), das Nações Unidas, disse: "Estima-se que mais de 210 milhões de pessoas em todo o mundo estejam desempregadas.". Infelizmente, a maioria dos que perderam o emprego não tem para quem recorrer.

Mas isso não significa que os que têm emprego estão numa situação muito melhor. Segundo a OIT, o estresse relacionado ao trabalho é uma "epidemia global". "As pessoas tem medo de perder o emprego e perdem o emprego e pensam logo no pior", disse Lorne Curtis, um consultor empresarial em Ontário, Canadá. Ele acrescentou que, em resultado disso, "elas ficam na defensiva e mais prosensas a discutir com o supervisor e outros funcionários".

Preconceito e Injustiça: Imagine como você se sentiria se estivesse numa maratona e descobrisse que é o único obrigado a correr com os pés acorrentados. É assim que milhões de pessoas se sentem ao enfrentar racismo e outros tipos de preconceito. As pessoas ficam com raiva quando se deparam com obstáculos para conseguir emprego, educação, moradia e outras necessidades básicas.

Outras formas de injustiça também podem causar amargura e muito sofrimento. Infelizmente, a maioria de nós já foi vítima de injustiças alguma vez na vida. Mais de 3 mil anos atrás, o sábio Rei Salomão declarou: "Eis as lágrimas dos oprimidos, mas eles não tinham consolador." (Eclesiastes 4:1). Quando a injustiça predomina e não há quem nos console, nosso coração pode ser facilmente dominado pela raiva.

Será que a indústria do entretenimento influencia seu conceito sobre a raiva e a agressividade?

Indústria do Entretenimento: Já foram feitas mais de mil pesquisas para avaliar o impacto que a violência na TV e outras mídias tem sobre as crianças. James P. Steyer, fundador da ONG Common Sense Media, disse: "Uma geração exposta tantas vezes a violência intensa e explícita cresce aceitando mais agressões, resistindo menos à brutalidade e tendo menos compaixão."

É verdade que a maioria dos jovens que crescem vendo cenas violentas na TV não se tornam criminosos cruéis. Mas o fato é que o mundo do entretenimento retrata a violência e a raiva como um modo aceitável de resolver problemas, resultado no surgimento de uma geração insensível à violência.

Influência de Espíritos Maus: Segundo a Bíblia, a raiva prevalecente na Terra hoje se deve em grande parte à influência de uma forma invisível. Como assim? No início da história da humanidade, uma criatura espiritual rebelde se voltou contra o Deus Todo-Poderoso. Ela é chamada de Satanás, que em hebraico significa "Opositor ou "Adversário". (Gênesis 3:1-13) Mais tarde, Satanás induziu outros anjos a se juntar a ele nessa rebelião.

Esses anjos desobedientes, conhecidos como demônios, ou espíritos maus, foram confinados à vizinhança da Terra. (Revelação [Apocalipse] 12:9, 10, 12) Eles têm "grande ira", pois sabem que seu tempo restante  é curto. Assim, embora não possamos ver esses espíritos maus, sentimos os efeitos de sua atuação. Como?

Satanás e seu exército de demônios se aproveitam de nossas tendências pecaminosas e tentam nos envolver em "inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões... festanças e coisas semelhantes a estas". -- Gálatas 5:19-21.

Resista ao Impulso: Depois de considerar todos esses problemas, pressões e ansiedades, entendemos por que as pessoas ficam irritadas ao cuidarem de suas responsabilidades do dia a dia.

O Impulso de ficar com raiva e dar vazão a ela pode ser difícil de resistir. O Próximo artigo dará sugestões de como controlar a raiva. Confira abaixo!

Como controlar a raiva?:

Mais de 2 mil anos atrás, o filósofo gego Aristóteles usou o termo "catarse" para descrever a "purgação", ou extravasamento, da tensão emocional resultante de se assistir a uma peça trágica ou dramática. A ideia era que esse extravasamento da tensão proporcionasse uma sensação de alívio psicológico.

No início do século passado, o neurologista austríaco Sigmund Freud promoveu um conceito similar. Ele alegou que, se as pessoas guardassem ou reprimissem seus sentimentos negativos, eles voltariam mais tarde na forma de um distúrbio psicológico, como a histeria. Assim, Freud defendeu a ideia de que é melhor expressar a raiva do que reprimi-la.

Em anos mais recentes, nas décadas de 70 e 80, alguns pesquisadores testaram a teoria da catarse e descobriram pouca ou nenhuma evidência que a apoie. Isso levou a psicóloga Carol Tavris a escrever: "É hora de descartar a teoria da catarse. Não existe praticamente nenhuma pesquisa em apoio à crença de que observar violência (ou extravasá-la) ajuda a eliminar hostilidades."

Outro psicólogo, Gary Hankins, disse: "Estudos mostram que 'dar vazão' a toda a sua raiva de um modo catártico muitas vezes aumenta a tensão em vez de aliviá-la." É verdade que especialistas em saúde mental talvez nunca cheguem a um consenso sobre a questão da catarse. Mas muitas pessoas tem encontrado ajuda em outra fonte de sabedoria: a Bíblia.

"Larga a Ira":
 Davi, um dos salmistas da Bíblia, deu o seguinte conselho sobre o controle da raiva: "Larga a ira e abandona o furor; não te acalores apenas para fazer o mal." (Salmo 37:8) Para não dizermos ou fazermos algo de que mais tarde talvez nos arrependamos, primeiro de tudo devemos evitar ficar 'acalorados', ou seja, furiosos. É claro que é muito mais fácil falar do que fazer. Mas é possível! Vejamos três maneiras de manter a raiva sob controle.

Diminua a intensidade da raiva: Para diminuir a raiva, pare e acalme-se. Evite dizer a primeira coisa que lhe vem à mente. Se perceber que está ficando muito agitado e prestes a perder o controle de suas emoções, siga este conselho bíblico: "O princípio da contenda é como alguém deixando sair águas; portanto, retira-te antes de estourar a altercação."-- Provérbios 17:14.

Foi isso que ajudou um homem chamado Jack a dominar seu temperamento violento. O pai dele dele às vezes ficava embriagado e muito irado. Por causa disso, Jack também se tornou uma pessoa violenta. Ele conta: "Quando eu ficava com raiva, ninguém me segurava. Eu descarregava minha ira com palavras e socos."

Mas as coisas começaram a mudar quando Jack passou a estudar a Bíblia com as  testemunhas de Jeová. Ele descobriu que, com a ajuda de Deus, poderia  mudar e aprender a controlar sua raiva. E foi isso que ele fez. Jack conta como se sentiu quando um colega de trabalho furioso o ofendeu com palavrões: "Senti a raiva subindo pelo meu corpo. A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi voar no pescoço dele."

O Que ajudou Jack a manter a calma? Ele explica: "Lembro-me de ter orado: 'Jeová, por favor,me ajude a ficar calmo.' Daí, pela primeira vez em minha vida, senti uma paz tomar conta de mim e consegui virar as costas e ir embora." Jack continuou estudando a Bíblia, fazendo muitas orações e meditando em textos como Provérbios 26:20, que diz: "Onde não há lenha, apaga-se o fogo". Isso o ajudou a finalmente conseguir dominar sua raiva.

Aprenda a relaxar: "O Coração calmo é a vida do organismo carnal." (Provérbios 14:30) Colocar em prática essa verdade bíblica básica pode melhorar a saúde emocional, física e espiritual de alguém. Primeiro, aprenda métodos simples de relaxamento, que ajudam a amenizar sentimentos de raiva. As técnicas a seguir têm ajudado muitas pessoas:

- Respirar fundo é um dos melhores - e mais rápidos - modos de reduzir a intensidade de sua raiva;

- Enquanto respira fundo, repita uma palavra ou frase que o acalme, como "relaxe", "deixe pra lá" ou "vá com calma";

- Distraia-se com algo que você gosta muito, como ler, ouvir música, fazer jardinagem ou outro tipo de atividade relaxante;

- Faça exercícios regulares e tenha uma alimentação saudável.

Seja realista: Você talvez não consiga evitar por completo as pessoas ou coisas que funcionam como desencadeadores da raiva, mas o que você pode controlar é sua reação a elas. Isso envolve mudar seu modo de pensar.

Pessoas com expectativas elevadas tendem a ter mais problemas em controlar a raiva. Por quê? Porque quando alguém ou algo não corresponde a essas expectativas, elas logo ficam decepcionadas e com raiva. Para  combater essa mentalidade perfeccionista, é bom ter em mente que "não há um justo, nem sequer um... todos se apartaram, todos eles." (Romanos 3:10-12) Assim, se esperarmos perfeição de nós mesmos ou de outras pessoas, isso só resultará em desapontamento.

É sábio não esperarmos demais de nós mesmos ou de outros. A Bíblia diz: "Todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeçar em palavra, este é homem perfeito." ( Tiago 3:2) De fato, "não há nenhum homem justo na terra, que continue fazendo o bem e que não peque." (Eclesiastes 7:20) Então, se fingirmos ser o que não somos - alguém perfeito -, nossa vida ficará cheia de frustração e raiva.

É verdade que todos nós sentimos raiva de vez em quando. Mas o modo de expressar nossa raiva é uma questão de escolha. O apóstolo Pau alertou seus irmãos cristãos: "Ficai furiosos, mas não pequeis; não se ponha o sol enquanto estais encolerizados." (Efésios 4:26) Por controlarmos a raiva, podemos expressar nossos sentimentos de um modo positivo e que não prejudica ninguém.

Referência Bibliográfica:
Revista Despertai!, Março 2012.
Lida em: 17/09/2012

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