"Justiça" tem discussão de eutanásia, estupro e racismo e fica ainda melhor
Nesta sexta-feira (26), a série da Globo, "Justiça" apresentou a sua quarta história, o drama de Beatriz (Marjorie Estiano) e Maurício (Cauã Reymond). Já na quinta (25), apresentou a história de Rose (Jéssica Elen) e Débora (Luísa Arraes). E os dois episódios que encerraram a primeira semana da série foram tão bons quanto os dois primeiros. Discutir três temas polêmicos como eutanásia, estupro e racismo deixou "Justiça" cada vez melhor.
Na quinta-feira (25), como já dito anteriormente, o telespectador pôde conhecer a história de Rose, uma jovem negra que passa em um vestibular e cujo sonho é cursar Jornalismo. No entanto, no dia da matrícula, ela é presa em um luau na praia, após cobrar drogas. Débora vê a cena e foge, com medo de ser presa também. Após sete anos na cadeia, Rose se reencontra com Débora e descobre que a amiga foi violentada. O gancho do capítulo seguiu os padrões dos dois primeiros, e foi com as duas amigas planejando se vingar do estuprador, cujo nome é Oswaldo (Pedro Wagner).
Um dos momentos mais emblemáticos deste episódio foi o momento em que a Rose diz: "Só fui entender que eu era negra e pobre na cadeia". Essa frase foi simplesmente um toque na ferida do racismo. Já o caso de estupro da Débora novamente coloca esse tema polêmico em evidência, já discutido esse ano em produções como "Velho Chico" e "Liberdade, Liberdade" e se faz necessário aplaudir a coragem da autora Manuela Dias em abordar tais assuntos. Foi um grande episódio.
Já nesta sexta (26), foi a vez de Cauã Reymond (Maurício) e Marjorie Estiano (Beatriz) brilharem absolutos no capítulo que discute a eutanásia, mais um tema polêmico na lista. A história começa em 2009, assim como todas as outras três, e com um clima de romance entre o casal. Em seguida, ele leva Beatriz ----- que é uma bailarina ----, para iniciar o seu mais novo espetáculo. Após sair do teatro, ela acaba sendo atropelada por Antenor (Antônio Callonni), em uma sequência forte e ao mesmo tempo, impactante. Ele acaba fugindo e Waldir (Ângelo Antônio) ajuda o personagem de Cauã Reymond a chamar o socorro. No hospital, Beatriz acaba descobrindo que ficou tetraplégica (ou seja, sem o movimento do pescoço pra baixo) e entra em desespero. Pede então para Maurício praticar eutanásia, já que não tinha mais nada para ser feito e ela já não considerava que estava mais ali. Após matar a personagem da Marjorie, Maurício acaba sendo preso e fica sete anos na prisão. O gancho final é ele planejado se vingar de Antenor.
No melhor episódio da semana de estreia, Cauã Reymond e Marjorie Estiano simplesmente foram os donos do capítulo. Cada expressão de Beatriz no hospital retratou com perfeição aquele triste momento pelo qual a personagem passou. A cena da sua morte foi simplesmente impactante e todos os momentos românticos com o Maurício (Cauã Reymond) foram sensacionais, evidenciando a clima do casal. Marjorie Estiano mostrou que é uma das melhores atrizes de sua geração. Cada elogio é muito merecido. E realmente, se tudo seguir como está, este enredo é o que mais promete.
"Justiça" estreou na última segunda (26), e do que foi visto dos quatro primeiros episódios, ficou evidente o quão tiveram a preocupação de escrever uma boa história, escalar bons atores e principalmente, uma trilha sonora tão espetacular quanto essa. Toda vez que "Hallelujah" toca, é difícil segurar a emoção. Nesta primeira semana, Adriana Esteves, Cauã Reymond, Débora Bloch, Jesuíta Barbosa, Marina Ruy Barbosa, Marjorie Estiano, entre outros atores tiveram ótimas atuações e se destacaram muito. Além disso, a discussão de temas polêmicos têm sido um dos acertos da produção. Se a série seguir nesse ritmo, ganhará o título de melhor produção de 2016, o que provavelmente deverá acontecer. Vamos aguardar.
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