Liga Mundial de Vôlei — Fase Final: Brasil leva virada da França e precisa vencer os EUA para tentar ir às semis

O sorriso de Earvin Ngapeth era o espelho de sua equipe. Campeã da Segunda Divisão, sem uma derrota sequer em 14 partidas, estava feliz por estar de novo entre os grandes na Liga Mundial. E mais ainda com a oportunidade de medir forças novamente com o Brasil, que em 2014 impediu sua ida à decisão do Mundial da Polônia. Do outro lado da rede, as expressões eram mais fechadas. Os últimos dias foram difíceis. Às vésperas da estreia na fase final, no Maracanãzinho, a seleção perdeu Riad, com uma lesão no joelho direito, e Wallace virou dúvida por conta das dores intensas nas costas. Seria preciso manter o foco diante de um adversário conhecido por sua consistência defensiva e apetite grande. Mas nesta quarta-feira, em jogo que marcou a estreia da rede de LED, interagindo com o público nos intervalos, o Brasil até saiu na frente, mas não resistiu ao maior volume de jogo dos rivais, que venceram por 3 sets a 1 (27/29, 25/21, 31/29 e 25/19).

- Eles jogaram muito bem realmente. No primeiro set, dominamos e eles buscaram, com força no saque. O jogo ali complicou bastante para nós, porque ficamos com dificuldade de virar a bola. É coisa de jogo. Precisa saber sustentar. Esse é o voleibol de hoje em dia. Amanhã virou nossa primeira final. Vamos juntar os cacos agora - avaliou Murilo.

Rouzier, com 25 pontos, e Ngapeth, com 21, foram os principais destaques dos Bleus. Sacando muito, o time europeu obteve nove aces, contra quatro do Brasil. Lucarelli com 21 pontos, e Evandro, com 15, foram os que mais viraram bolas no time canarinho. Nesta quinta-feira, resta ao Brasil derrotar o forte time dos Estados Unidos para manter as esperanças de classificação para as semifinais. A partida será às 14h05, com transmissão ao vivo da TV Globo e do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Na sexta, será a vez de americanos e franceses se enfrentarem para definir os semifinalistas do Grupo A. Na outra chave, Itália, Sérvia e Polônia disputam as duas vagas.

Franceses comemoram ponto durante a partida contra o Brasil (Foto: EFE/ Antonio Lacerda.)

O JOGO   Isac mostrava o tamanho do problema que os rivais teriam. Dois pontos seguidos, sem chances de defesa. Os companheiros também se apresentavam. Iam em todas as bolas, se empenhavam no bloqueio e fugiam no placar. Se Ngapeth arriscava uma firula, a resposta vinha com um paredão atento e a finalização precisa de Lucão (11/7). O craque francês esperava a sua vez de dar o troco. A passagem dele pelo saque, com direito a um ace, ligava a luz de alerta e fazia Bernardinho pedir tempo (13/10). Dali, o alvo do time era quase sempre Lucarelli, na tentativa de quebrar o passe brasileiro. O ponteiro dava conta do recado, e a seleção mantinha o ritmo forte (21/17).

A França mostrava ansiedade nos ataques. Laurent Tillie parava o jogo. Surtia efeito. O time se arrumava e comemorava três acertos seguidos (23/21). Um saque para fora de Le Roux dava o set point para os anfitriões. Ngapeth salvava e contava com uma falha de Lucarelli e um bloqueio em cima de Evandro para deixar tudo igual (24/24). O oposto se redimia, mas os adversários teimavam em não deixar a seleção fechar a parcial (25/25). De tanto insistir, os franceses conseguiam a virada (27/26). Bruninho acionava Evandro. Novo empate. Lipe deixava o banco e caprichava no serviço. Lá na frente, o triplo se armava diante de Ngapeth. Murilo o parava. E era abraçado pelos companheiros ao repetir a dose, sozinho, diante de Rouzier. A vibração dele levantava a arquibancada: 29/27.
Evandro e Isac tentam bloquear ataque francês (Foto: Divulgação / FIVB)

O jogo seguia equilibrado no set seguinte. Se o Brasil construía uma boa diferença, com três pontos em sequência (8/6), a França recuperava. Qualquer precipitação dos donos da casa e lá estavam eles no comando (15/12). Bernardinho pedia calma a Evandro e trocava as peças. O oposto dava lugar a Vissotto, e Bruninho, a William. A inversão funcionava. A virada vinha acompanhada do abraço de Serginho no levantador (16/15). Ngapeth & Cia faziam boas defesas e retomavam a frente (20/18). Rouzier voava mais alto que o bloqueio verde-amarelo e encaminhava a vitória de seu time. Num saque para fora de Isac, 1 a 1: 25/21.

Ngapeth ataca para a França (Foto: Divulgação / FIVB)
Os visitantes mostravam consistência. Serginho gritava, chamava o time. Do outro lado, Ngapeth arrancava sorrisos do seu time ao soltar o braço e imitar o gesto de Bolt. O Brasil corria atrás e contava com a ajudinha de Ngapeth no saque para reagir e empatar (10/10). Mas um ataque de Evandro pegava na antena e devolvia a vantagem aos rivais. Ngapeth reclamava com a arbitragem: cartão amarelo. A seleção não desistia. Murilo chamava a torcida. Lucarelli e Lucão, a responsabilidade (16/16). As equipes trocavam pontos de graça no saque. Bernardinho promovia novamente a inversão. O esforço do time, ao tentar salvar um ponto que parecia perdido, ganhava o reconhecimento da arquibancada.

O volume subia no Maracanãzinho com a virada e outra vez com uma pancada de Lucarelli (23/22). Lucão lamentava a falha no serviço. Serginho também fazia o mesmo na recepção, que era consertada por Murilo lá na frente. Faltava só um ponto. Vissotto desperdiçava a chance, ao perder o saque. Ngapeth devolvia a gentileza. Murilo errava o seu. E aí Le Roux assegurava um ace e a vantagem (26/25). Por sorte, o seguinte parou na rede. A França explorava o bloqueio brasileiro e se colocava novamente na frente (27/26). Tillie atacava para fora para desespero de seus companheiros. Logo depois, o duplo brasileiro pegava Rouzier (28/27). A briga seguia boa. Lucarelli comemorava o empate (29/29). Ngapeth vibrava ao conseguir mais um ponto, explorando um bloqueio triplo (30/29). E mais ainda quando Lucão ficava no paredão dos Bleus: 31/29.

Ngapeth encara bloqueio brasileiro (Foto: David Normando / Estadão Conteúdo)

A situação se complicava. O Brasil lutava, mas a França parecia ter todos os golpes (11/8). Lucarelli não perdia a esperança de mudar a situação. Conseguia um ace. O bloqueio também subia. Tinha jogo (15/15). Os adversários reagiam e freavam a reação. O forte saque de Le Roux maltratava o time brasileiro. Beliscava a linha, beijava a rede e caía (23/17). A essa altura, os gritos de "Allez le Bleus" tomavam o Maracanãzinho e tinham vaias como resposta. O Brasil tentava se salvar, mas a vitória já tinha dono: 25/19.

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