Copa das Confederações FIFA 2013: Brasil é campeão pela 3° vez consecutiva; Espanha é vice e Itália conquista o 3° lugar


Brasil parou "tic-tac" espanhol e conquista 4° título, o 3° consecutivo (Foto: Reprodução/Copa das Confederações 2013)

Os 73.531 torcedores que foram ao Maracanã neste domingo de decisão da Copa das Confederações tiveram certamente uma de suas maiores vivências no futebol. Assistiram de pertinho ao banho de bola que a seleção brasileira deu na Espanha, campeã do mundo, bi da Europa e até então invicta por três anos, ou 29 jogos, em competições oficiais (a última derrota tinha sido em junho de 2010 para a Suíça, na estreia na Copa do Mundo da África do Sul). Marcando por pressão e jogando em alta velocidade, o Brasil sufocou o adversário e foi melhor o tempo todo. Fred marcou duas vezes, no início de cada etapa, e tornou-se artilheiro do torneio, ao lado do espanhol Fernando Torres, com cinco gols. Neymar também fez o dele e, mais uma vez, com rara beleza. O espanhol Sergio Ramos ainda perdeu pênalti, quando já estava 3 a 0. O Brasil ganhou pela quarta vez a competição (as outras foram em 1997, 2005 e 2009).

O domingo foi de brilhos individuais, mas também de força coletiva. Compacta, a seleção brasileira não dava espaços e trocava passes com eficiência. Apareceram não só Neymar e Fred, mas também o futebol de Hulk, o contestado Hulk. Ele fez certamente sua melhor exibição com a camisa da seleção. Substituído por Jadson, aos 27 do segundo tempo, teve seu nome gritado em uníssono pela torcida. O domingo foi ainda de David Luiz. Quando a partida estava 1 a 0, o zagueiro salvou quase em cima da linha, de carrinho, o que seria o gol de empate da Espanha, em chute de Pedro. Até Oscar, que vinha tímido na competição, deu o ar de sua graça, com deslocamentos e passes precisos.

No início, muita intensidade: A seleção brasileira começou o jogo em alta voltagem. Com menos de dois minutos, Hulk cruzou da direita, Fred errou a cabeçada e a bola bateu em Neymar, na pequena área. Deitado, o atacante do Fluminense conseguiu chutar e balançar a rede: 1 a 0. O gol não diminuiu o ímpeto. Aos 8, Fred tocou de calcanhar na área e Oscar chutou rasteiro, raspando a trave direita de Casillas.

O jogo estava quente. Aos 9, o Torres entrou de carrinho em Marcelo, por trás. A falta foi marcada, e houve princípio de confusão entre os jogadores. Tumulto que se repetiu minutos mais tarde, quando Arbeloa puxou Neymar e impediu a arrancada do atacante brasileiro. O lateral ganhou cartão amarelo e vários jogadores trocaram empurrões e até tapas, sem que o árbitro holandês Bjorn Kuipers visse nada.
A marcação por pressão montada por Luiz Felipe Scolari deixava a Espanha de Vicente Del Bosque atônita. O famoso “tic-tac” (domínio de bola maciço da Espanha, comum na maioria dos jogos da equipe) não encontrava espaço para acontecer. Aos 12, Paulinho roubou uma bola na intermediária adversária e tentou encobrir Casillas, que por pouco não foi surpreendido. A Espanha só respondeu aos 19, em chute perigoso de Iniesta, de fora da área, que Júlio César espalmou a escanteio. Naquele instante a partida já estava mais equilibrada, mas o Brasil encaixou três contra-ataques perigosos. Num, Daniel Alves lançou e Fred, em velocidade, bateu cruzado, para fora. Em outro, Oscar foi derrubado na entrada da área por Sergio Ramos, que recebeu cartão amarelo. No terceiro, aos 31, Neymar disparou e deu passe preciso para Fred, que saiu cara a cara com Casillas, mas chutou em cima do goleiro.

A Espanha quase empatou em contra-ataque veloz. Pedro recebeu na área e tocou por baixo, na saída de Júlio César. A bola morreria mansa no fundo da rede, se não fosse o carrinho salvador de David Luiz. A torcida explodiu como se tivesse sido gol do Brasil e gritou o nome do zagueiro do Chelsea.

A explosão de gol mesmo foi logo depois. Aos 44, Neymar tocou para Oscar na entrada da área. Recebeu de volta um passe perfeito. Ajeitou e mandou uma bomba de canhota, sem defesa para Casillas. No placar, 2 a 0. No cântico do Maracanã, a celebração: “Olê, olê, olê, olá, Neymar, Neymar”!

Como foi o segundo tempo: No intervalo Del Bosque tirou Arbeloa, pendurado com cartão amarelo, e colocou Azpilicueta, para evitar que Neymar continuasse a fazer festa por aquele lado do campo. Felipão manteve o mesmo time da primeira etapa. E o filme se repetiu. Antes dos dois minutos, Fred voltou a marcar. Hulk lançou rasteiro, Neymar fez o corta-luz e Fred bateu com classe, dentro da área, deslocando o goleiro: 3 a 0.

Logo depois entrou Jesús Navas em lugar de Mata. E foi Navas quem conseguiu um pênalti, aos 9. Ele foi derrubado por Marcelo na área. Sergio Ramos cobrou mal, para fora, para delírio da torcida. Tentando mexer com seu time, Del Bosque tirou Fernando Torres e colocou David Villa no ataque. Nada que fizesse diferença. O relógio jogava a favor da seleção brasileira, que apenas administrou a vantagem e soube suportar o maior volume do jogo espanhol naquele momento.

A estratégia do contra-ataque seguiu dando certo. Aos 22, o zagueiro espanhol Piqué foi merecidamente expulso. Neymar arrancava em direção à área, em alta velocidade, e o driblou. Piqué atingiu o brasileiro na perna direita e o derrubou. Cartão vermelho direto. Na cobrança de falta, Neymar quase marcou o quarto gol.

Felipão teve chance até de uma “homenagem”. Aos 27, tirou Hulk e colocou Jadson, que ainda não tinha jogado no campeonato. O meia do São Paulo conseguiu pegar o gostinho de um jogo valendo três pontos pela seleção. Bom para tirar a timidez. Aos 35, Júlio César fez ótima defesa em chute de Pedro. Aos 40, repetiu a dose em tentativa de Villa.
No mais, o domingo foi da torcida brasileira, que cantou “explode, coração, na maior felicidade”, samba do Salgueiro campeão do carnaval carioca em 1993. E também “está chegando a hora”, marchinha que antevia o fim de jogo. Foi o domingo do reencontro dessa torcida com a sua seleção (”o campeão voltou”, saudaram os torcedores).

Ainda falta um ano para a Copa do Mundo. Há muito a fazer, claro. Mas hoje existe um time. E, depois de muito tempo, a confiança de que ganhar o Mundial em casa é possível, sim. Para o resto do mundo, fica a lição: seleção brasileira tem que ser respeitada. Sempre.

BRASIL 3 X 0 ESPANHA
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL)
Assistentes: Sander Van Roekel (HOL) e Erwin Zeinstra (HOL)
Público: 73.531 presentes
Cartões amarelos: Arbeloa, Sergio Ramos (ESP)
Cartão vermelho: Piqué (ESP)
Gols: Fred, aos 2'/1ºT; Neymar, aos 44'/1ºT; Fred, aos 2'/2ºT

Escalação--> BRASIL: Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes - 42'/2ºT) e Oscar; Hulk (Jadson - 27'/2ºT), Neymar e Fred (Jô - 34'/2ºT). Técnico: Felipão

--> ESPANHA: Casillas, Arbeloa (Azpilicueta - intervalo), Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xavi, Iniesta e Mata (Jesús Navas - 7'/2ºT); Pedro e Fernando Torres (David Villa - 13'/2ºT). Técnico: Vicente Del Bosque

Enquanto isso, mais cedo...

Às 13h, na Arena Fonte Nova, em Salvador, Uruguai e Itália, eliminados, respectivamente, por Brasil e Espanha, se encararam e foi um jogo à prova de fogo. Literalmente falando. Em um horário desfavorável, o Sol não teve pena e castigou os jogadores.

E foi um jogo dramático: a Itália abriu o placar (1 a 0), o Uruguai fez dois (1 a 1 e 2 a 1) e a Itália conseguiu empatar (2 a 2) e foi para a disputa de pênaltis. E aí só deu Itália: A Itália errou apenas 1 penalidade; Enquanto o Uruguai, errou 2.

RESULTADO FINAL:

Campeão: Brasil (4° título e 3° consecutivo; Histórico de Títulos: 1997, 2005, 2009 e agora, 2013)

Vice-Campeão: Espanha (até a edição de 2013 sem nenhum título)

3° Lugar: Uruguai
4° Lugar: Itália

Em 2014 acontece a Copa do Mundo! Até lá, se Deus assim permitir!

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